segunda-feira, 2 de novembro de 2015

DÚVIDAS EM LIBRAS

A Natalia Romera do canal do Youtube Libracesp fez um vídeo respondendo 50 dúvidas em relação à Libras. Vale a pena assistir.



Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bNFLHCJY17E. Acesso em 02/11/2015.

sábado, 31 de outubro de 2015

A HISTÓRIA DOS SURDOS


A surdez consiste na ausência total ou parcial de sons, decorrente de problemas auditivos. As primeiras referências aos surdos são encontradas na Lei Hebraica, na época do povo Hebreu.

No Egito, os surdos eram adorados, como se fossem deuses, serviam de mediadores entre os deuses e os faraós, sendo temidos e respeitados pela população. Na Antiguidade, alguns povos os lançavam ao mar ou em penhascos.

Na Grécia, os surdos eram tratados como seres incompetentes e que por não possuírem uma linguagem, não eram capazes de raciocinar. Assim, não tinham direitos, eram marginalizados e muitas vezes condenados à morte.
Sócrates, em 360 a.C., declarou que era aceitável os surdos se comunicarem com as mãos e o corpo. Os Romanos, influenciados pelo povo grego, também viam os surdos como seres imperfeitos e os excluía da sociedade. Mais tarde, Santo Agostinho defendia a ideia de que os pais de filhos surdos pagavam por algum pecado que haviam cometido. Acreditava que os surdos
podiam comunicar por meio de gestos, que, em equivalência à fala, eram aceitos para a salvação da alma.

John Beverley, em 700 d.C., foi o primeiro a ensinar uma pessoa surda a falar (em que há registro). Por essa razão, ele foi considerado por muitos como o primeiro educador de surdos. Foi na Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão “surdo-mudo” deixou de ser a designação do Surdo.

Entretanto, foi o monge beneditino espanhol Pedro Ponce de León que recebeu créditos como o primeiro professor para surdos ao desenvolver um alfabeto manual, que ajudava os surdos a soletrar as palavras.

Juan Pablo Bonet, padre espanhol, deu continuidade ao trabalho de León, ensinando os surdos a lerem e a falarem, utilizando outra metodologia, o método oral. Já, John Bulwer, médico britânico, publicou vários livros defendendo o uso de gestos entre os surdos. Nesse sentido, John Wallis (1616 a 1703) desistiu de ensinar os surdos a oralidade, dedicou-se somente a ensiná-los a escrever usando gestos.

O primeiro Instituto Nacional de Surdos-Mudos foi criado em Paris, por Charles Michel de L’Épée, nascido em 1712. Este instituto reconhecia a pessoa surda como um ser que tem a sua própria língua.

Na Idade Contemporânea, Pierre Desloges publicou o primeiro livro escrito por um surdo. Ele se tornou surdo ao adquirir varíola aos sete anos, aprendendo a comunicar-se apenas por gestos. Em 1880, com a realização da Convenção Internacional de Milão, os educadores presentes determinaram a supremacia dos métodos orais puros. Sendo assim, qualquer forma de comunicação sem ser oral era proibida, sendo esses surdos rejeitados.

No Brasil, uma língua nacional de sinais passou a ser difundida a partir do segundo império. O educador francês Hernest Huet era surdo e foi o introdutor dessa metodologia aqui no Brasil. Ele fundou o Imperial Instituto Nacional de Surdos-Mudos, por meio da Lei nº 839, de 26 de setembro de 1857, no Rio de Janeiro, com apoio do imperador D. Pedro II. Este Instituto tratava crianças surdas somente do sexo masculino. Um século após sua fundação, por meio da Lei nº 3.198, de 6 de julho, a instituição tornar-se-ia o Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES), que inicialmente utilizava a língua dos sinais, mas que em 1911 passou a adotar o oralismo puro. (O oralismo puro consiste em efetivar a comunicação por meio do entendimento dos movimentos normais dos lábios (lábios-leitura, leitura labial e leitura orofacial).

O século XX assistiu, até a década de 60, uma abordagem quase exclusivamente oralista entre as escolas de surdos e nesta década estudos demonstraram insuficiente eficácia destes métodos no desenvolvimento linguístico e cognitivo da pessoa surda. Nos anos 50, uma série de inovações aconteceu em benefício à surdez. Surgiram, por exemplo, as primeiras escolas normais e jardins de infância para crianças surdas. Após esse período começou um movimento pelo resgate da língua de sinais, de forma bimodal (dois modos de linguagens), como uma fala de instrução, por meio da Filosofia da Comunicação Total (fazer uso simultâneo da língua de sinais e da língua oral). Fontes retiradas: A história da Educação do surdo. (Professor Isaías Leão).

Em 1970, já havia tratamento para bebês surdos. Já em 1980, o INES intensificou o trabalho de pesquisas sobre a Língua Brasileira de Sinais e sobre a educação de surdos, criando o primeiro curso de especialização para professores na área da surdez. O Bilinguismo passou então a ser difundido.

Nos anos 80 e 90 teve início um movimento reivindicatório dentro da comunidade surda, advogando a primazia da língua de sinais na educação dos surdos, concomitante com o aprendizado da linguagem oral de forma diglóssica (duas línguas independentes, ensinadas ou praticadas em momentos distintos).

Atualmente, o INES é um centro de referência com atendimento diversificado para atender os surdos no Brasil.

Outros nomes importantes para a história dos surdos nacional e internacionalmente são:

• Alexandre Graham Bell – cientista defendia a oralização dos surdos;

• Edward Miner Gallaudet – filho de Thomas Gallaudet - educador de surdos;

• Fernando César Capovilla, Walkiria Duarte Raphael criaram o alfabeto e os numerais em Libras;

• Hellen Keller – cega e surda aos sete anos, sufragista, pacifista e apoiante do planejamento familiar e entre outros;

• Jacob Rodrigues Pereira – defendia a oralização dos surdos;

• Jean Itarde – primeiro médico interessado pela surdez;

• Jean Massieu – um dos primeiros educadores de surdos;

• Laurent Clerc – surdo educador acompanhado por Thomas Gallaudet;

• Roch-Ambroise Cucurren Sicard – instrutor de surdos, apoiou a criação de vários institutos de surdos na França;

• Ronice M. Quadros e Nelson Pimenta – elaboraram 61 configurações de mãos;

• Samuel Heínicke – ensinou vários surdos a adquirir a língua oral;

• Thomas Braidwood – fundou uma escola de surdos na Europa;

• Thomas Hapkins Gallaudet – educador ouvinte, responsável por abrir uma escola para surdos em 1817 nos Estados Unidos da América e criar a Língua Gestual Americana.


Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/fonoaudiologia/artigos/12144/a-historia-dos-surdos#!1. Acesso em 31/10/2015.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

APRESENTAÇÃO DE NATAL

Em uma apresentação de natal de uma escola regular nos Estados Unidos uma menina (ouvinte) de cinco anos emociona a todos com seu gesto. Seus pais são surdos e para eles entenderem ela interpreta as músicas natalinas em linguagem de sinais.






Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=u28flGDLiic. Acesso em 16/10/2015.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

POR QUE APRENDER LIBRAS?


Além de inúmeras disciplinas específicas de área a serem cursadas, muitos alunos dos cursos de graduação se deparam com a obrigatoriedade de aprender a língua brasileira de sinais, quando então se perguntam: por que devo aprender LIBRAS?


A obrigatoriedade da disciplina de LIBRAS ocorreu com o decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, após o reconhecimento da LIBRAS como uma das línguas oficiais no país, através da Lei 10.436 de 24 de abril de 2002. Segundo o decreto:



Art. 3o A LIBRAS deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.

§ 2o A LIBRAS constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto. (BRASIL, 2005).

Ter a disciplina de LIBRAS nas universidades brasileiras é uma vitória para a comunidade surda, após décadas lutando pela valorização e reconhecimento da língua de sinais. Ter a língua de sinais no currículo da universidade gera uma mudança social não somente pela sua presença, mas também pela aceitação e compreensão por parte dos alunos. É o caso de alunos que já trabalham como professores ou que já tiveram, ou têm, a experiência em sala de aula com um aluno surdo. Este graduando terá uma melhor compreensão da importância da LIBRAS do que o aluno que nunca teve contato anterior com o surdo. Além, é claro, da valorização da língua de sinais como primeira língua da comunidade surda brasileira, há outro motivo para essa disciplina ser obrigatória: a inclusão.
A inclusão proposta pelo MEC gera a necessidade de que todo e qualquer aluno esteja na sala de aula. Teoricamente é possível, mas a realidade é diferente visto que a escola e os docentes não estão preparados para isso, seja o aluno em questão surdo, cego, autista, ou qualquer outra possibilidade. Vale à pena incluir dessa forma? Somente colocar um aluno em sala de aula não quer dizer incluir. Incluir é mais do que integrar um aluno em sala de aula; é favorecer suas habilidades, possibilitar seu desenvolvimento psico-socioeducacional, é reconhecer, e eliminar, os pré-conceitos e preconceitos em relação ao aluno e a todo o contexto no qual ele se insere.

Portanto, não basta incluir um aluno surdo sem que o professor saiba no mínimo o básico da LIBRAS, sem que a escola tenha intérprete de língua de sinais; sem que os professores compreendam quem é o aluno surdo, desenvolvam atividades para esse aluno e, imprescindivelmente, sem que haja reconhecimento de que a primeira língua do surdo é a LIBRAS.

A língua brasileira de sinais é uma língua com modalidade visuoespacial, pois a informação é recebida pelos olhos e produzida pelas mãos juntamente com o rosto, através de expressões faciais e movimentos do corpo, produzindo com essas expressões e movimentos as expressões facio-corporais. A língua de sinais é uma língua completa, com estrutura independente da língua portuguesa. Por ser visuoespacial, muitos alunos se sentem desconfortáveis e/ou apresentam dificuldades por não serem acostumados a sinalizar. Afinal, os ouvintes possuem o canal oral-auditivo para a comunicação, diferentemente dos surdos.

E volta-se à pergunta: por que aprender LIBRAS? Porque se deve pensar no que foi dito acima; na possibilidade de, enquanto professor, ter alunos surdos em sala de aula, haja vista a inclusão proposta pelo MEC. Aprender língua de sinais é uma forma de perceber como o surdo se comunica, interage, vive, relaciona; como ele participa ou não da sociedade, observando o quanto é necessário reconhecer que a língua de sinais é uma língua de extrema importância ao surdo e que sem ela não há meios socioeducacionais. Além disso, a LIBRAS é a língua do surdo; não há como impor a língua portuguesa. Essa afirmação é uma das respostas para a pergunta-chave feita aqui. No entanto, é preciso lembrar que a língua portuguesa deve ser aprendida pelo surdo em sua modalidade escrita.

Sendo assim, a língua de sinais não deve ser vista apenas como uma disciplina obrigatória em um curso de graduação; ela deve ser vista como parte da formação do futuro professor e como uma língua presente e participante na escola.

Por Emiliana FariaRosa, professora de LIBRAS da Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA. Mestre em Educação, doutoranda em linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. E-mail: emilianarosa@gmail.com


Disponível em http://www.junipampa.net/2012/11/por-que-aprender-libras.html. Acesso em 13/10/2015.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS EM LÍNGUA DE SINAIS

“A Bela Adormecida”, um dos clássicos da literatura infantil, ganha versão em Libras no vídeo produzido pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). O conto de fadas, em que uma bela princesa adormecida (enfeitiçada por uma fada maligna) desperta de seu sono profundo após o beijo de um príncipe encantado, torna-se também acessível para crianças surdas.




Para ver outras histórias acesse http://culturasurda.net/contacao-de-historias/. Lá você encontrará mais de trinta histórias.


Disponível em: http://culturasurda.net/2015/06/28/a-bela-adormecida/. Acesso em 06/10/2015.

domingo, 27 de setembro de 2015

INTÉRPRETE DE LIBRAS

O intérprete de Libras é o profissional que interpreta a Libras para a Língua Portuguesa ou vice-versa. Ele faz a ponte entre os surdos usuários de Libras e os ouvintes.
Abaixo cinco dúvidas comuns em relação ao intérprete:

1 - Toda escola deve ter um intérprete de Libras?
Qualquer escola que tiver alunos com deficiência auditiva nas classes regulares tem o direito a um intérprete de Libras. Caso você tenha apenas um aluno surdo matriculado, procure outras escolas da região e monte um pequeno grupo de estudantes que possam receber o atendimento de um profissional no contraturno. Isso facilita o trabalho das Secretarias de Educação, que cadastram intérpretes anualmente, mas ainda não conseguem atender à procura das instituições de ensino.
Outro profissional importante nesse processo é o instrutor surdo - um profissional com deficiência auditiva que atua na escola e ensina a língua de sinais para os alunos surdos e, eventualmente, para os ouvintes também.

2 - Como esses intérpretes são formados?
Quase 700 cursos superiores em Pedagogia, mais de 50 cursos de Fonoaudiologia e cerca de 400 cursos de Letras oferecem disciplinas de Libras em suas grades curriculares. Mas, para ser um intérprete oficialmente cadastrado é preciso passar pelo programa nacional de certificação de intérpretes, o Prolibras, coordenado pelo MEC.
O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) abre uma chamada pública para recrutar instituições públicas de ensino superior que possam aplicar o exame de proficiência em Libras aos interessados. Nos últimos anos, a instituição responsável é a Universidade de Santa Catarina. A partir de 2011, o Prolibras deve ser executado pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).
A prova prática de proficiência engloba uma apresentação pessoal do candidato em Libras e outra apresentação a respeito de um tema determinado pela comissão de avaliação. O candidato também precisa mostrar como executaria um plano de aula entregue pelos avaliadores, detalhando as estratégias, a metodologia e os recursos didáticos empregados. Todos são avaliados sob dois aspectos principais: a fluência em Libras e a competência metodológica para que este intérprete também saiba ensinar a língua de sinais a outras pessoas.
Há, também, os cursos oferecidos por entidades do terceiro setor e os realizados à distância, que não são contabilizados pelo Censo Escolar.

3 - Como os gestores devem proceder para ter um intérprete na escola?
O gestor que recebe uma matrícula de um aluno com deficiência auditiva deve imediatamente procurar a Secretaria de Educação do Estado ou do Município, fazer um cadastro e comunicar as necessidades específicas daquele aluno. Com base nisso, os governos podem planejar melhor a distribuição de recursos dentro da rede.
Vale lembrar que todos os estados possuem os Centros de Capacitação dos Profissionais de Educação e de Apoio às Pessoas com Surdez (CAS), vinculados às Secretarias Estaduais de Educação. Esses Centros são encarregados pela realização de cursos de formação na área e são financiados com recursos do MEC e das Secretarias.

4 - O que fazer quando a escola não possui intérpretes?
O primeiro passo é entrar em contato com as Secretarias de Educação para solicitar um intérprete e verificar quais os cursos disponíveis para a formação dos professores. Caso a escola ainda não tenha uma sala de recursos multidisciplinar, também é possível fazer esta solicitação através do Programa Escola Acessível, do Ministério da Educação, pelos telefones (61) 2104 -9258 e (61) 2104-8651.
O MEC também disponibiliza materiais de apoio e recursos didáticos para as escolas, que podem ajudar os professores não-intérpretes a flexibilizar as atividades para melhor atender aos alunos com deficiência auditiva. Mas, vale lembrar que a presença do intérprete é fundamental para garantir o avanço desses estudantes. Uma sugestão é reunir alunos com deficiência auditiva de diferentes escolas de uma região em um mesmo espaço no contraturno, para que sejam assistidos por um intérprete e um instrutor surdo.

5 - Como é possível conseguir os materiais de apoio ao Atendimento Educacional Especializado?
Os estados, por meio das Secretarias de Educação, apresentam à Secretaria de Educação Especial do MEC planos de trabalho com os cursos de formação que desejam oferecer aos profissionais que trabalham no AEE da rede, o número de vagas que podem ser ofertadas, assim como uma listagem dos materiais que desejam encaminhar para as escolas. Assim, o Ministério pode distribuir da forma mais adequada possível os recursos financeiros disponíveis e os materiais didáticos e pedagógicos em formatos acessíveis (Libras).
Também é possível obter recursos do Fundeb para financiar o AEE, mas a administração desse financiamento fica a cargo da rede de ensino. Livros didáticos, DVDs literários e dicionários trilíngues (Libras/Português/Inglês) são disponibilizados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), através dos Programas Nacionais do Livro e enviados automaticamente para as escolas públicas com alunos surdos matriculados.

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/5-perguntas-respostas-politicas-publicas-inclusao-surdos-613409.shtml?page=0. Acesso em 27/09/2015.

VOCABULÁRIO EM LIBRAS

Abaixo dois vídeos com vocabulários da LIBRAS.
Vamos aprender e treinar?!










em: https://www.youtube.com/watch?v=mBeLLxSUW9k. Acesso em 27/07/2015.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hiGjcZzzPrw. Acesso em 27/07/2015.